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Perda auditiva pode levar 66 milhões de pessoas à demência

Em 2019, a OMS publicou um estudo onde estima que até 2050, 66 milhões de pessoas desenvolverão alguma síndrome demencial em decorrência da perda auditiva. Um fato novo, apontado pela agência agora em março, mostra que uma em cada quatro pessoas terão problemas auditivos em 2050, podendo aumentar o número previsto de casos de doenças cognitivas ligadas à audição.

A primeira coisa que se deve entender é a ligação entre a perda auditiva e a demência. As pessoas vivem cada vez mais e, consequentemente, apresentam com mais frequência o declínio de suas habilidades mentais como memória, linguagem, raciocínio e audição. A perda auditiva e a deterioração cognitiva são duas entidades distintas relacionadas à idade, sendo mais comum em idosos. Entretanto, ambas podem se somar e evoluir para um caso mais grave.

Estudos apontam que pacientes já diagnosticados com alguma síndrome demencial, como o Alzheimer, experimentam um declínio cognitivo mais acelerado. Nesses quadros, pacientes que já apresentam demência e quem tem baixa qualidade auditiva, apresentam uma evolução dos sintomas muito mais rápido do que aqueles que não tem nenhum problema de audição.

Em contrapartida, essas síndromes podem surgir mais facilmente em pacientes que não escutam bem. “O cérebro de quem tem perda auditiva moderada ou grave fica mais vulnerável a manifestar precocemente os sintomas da doença. Isso porque ele deixa de receber as informações do dia a dia de forma adequada, então, acaba sendo privado dessa estimulação”, explica a fonoaudióloga Ariane Gonçalves.

A OMS afirma que mais de 50% das pessoas com síndromes demenciais no mundo estão em países em desenvolvimento. Isso porque 78% desses lugares têm menos de um especialista em ouvido, nariz e garganta por milhão de habitantes e 93% têm menos de um audiologista por milhão de pessoas. Isso mostra o quanto o acompanhamento profissional é importante. Um otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo podem ajudar na prevenção da diminuição da capacidade acústica e minimizar os impactos de um futuro caso de demência, indicando aparelhos de audição adequados.

Existem outras formas de prevenir a perda auditiva. “Os cuidados de como prevenir a surdez incluem medidas que devem ser tomadas todos os dias. Por isso, devemos evitar colocar objetos no ouvido, fazer o tratamento de doenças de modo adequado, não ouvir sons muito altos, entre outros. Com isso, é possível evitar o problema e ter mais qualidade de vida”, ensina Ariane, que há mais de sete anos atua na área.

Confira as dicas da fonoaudióloga:

Não coloque objetos no ouvido

Muitas crianças apresentam o hábito de colocar objetos dentro dos ouvidos e é essencial que os pais prestem atenção a essas atitudes. Isso porque eles podem obstruir a passagem do som e provocar um processo infeccioso ou inflamatório no local.
Nos adultos e adolescentes, o maior risco é com o uso de cotonetes na tentativa de limpar a orelha. O ouvido expulsa a cera em excesso naturalmente e a interferência nesse processo pode causar a perfuração do tímpano e infecções.
Evite sons altos

A poluição sonora é uma das principais causas de perda auditiva em jovens, devido ao hábito de ouvir música com um volume muito alto em fones de ouvido. Assim, mesmo quando acostumado com o volume nas alturas, existe um risco de os ouvidos serem danificados. A sensação de zumbido provocada por esse hábito pode ser decorrente de um trauma auditivo e é um sinal de alerta que precisa ser investigado por um médico. O ideal é que o som não ultrapasse 50% do limite do aparelho.

Faça o tratamento de doenças adequadamente

Algumas doenças infectocontagiosas, como a meningite e a otite, podem evoluir para a surdez quando o tratamento não é feito de maneira adequada. Isso acontece porque alguns micro-organismos podem destruir estruturas que são responsáveis pela audição. Portanto, o recomendado é buscar ajuda médica e seguir o tratamento prescrito, caso o primeiro sinal da doença seja percebido.

Utilize EPIs em trabalhos com intensos ruídos

Quando somos expostos a ruídos diários que ultrapassam o limite de segurança, seja de forma súbita, esporádica ou de prolongada, devemos sempre utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Esses estímulos sonoros de alta intensidade têm a capacidade de matar as células da nossa audição. Por isso, o uso dos equipamentos adequados é fundamental.

Fonte: https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/saude/demencia/

 

 


 

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