Uma Nova Era na Indústria de Aparelhos Auditivos
Os modelos de aparelhos auditivos também tem evoluído ao longo dos últimos anos. Não tanto quanto a tecnologia mas podemos observar um caminho interessante.
Quando comecei a trabalhar com aparelhos, em 1997, só existiam 6 modelos disponíveis: BTE com pilha 312, BTE com pilha 13, BTE com pilha 675, CIC 10, ITC 312 e ITE pilha 13.
Pouco depois do ano de 2005, a indústria começou a desenvolver aparelhos auditivos retroauriculares com receptores externos. Na época, foi a uma enorme revolução pois o usuário tinha a chance de trocar a potência do aparelho sem precisar comprar um novo. Com esse produto, o conceito da adaptação aberta começara a ser divulgado porém de uma forma, muitas vezes, equivocada. Como o receptor externo (modelo RIC) possui uma curva de resposta com mais ganho em agudo (inclusive pela possibilidade de proximidade com a MT), perdas descendentes começaram a ganhar uma atenção diferenciada.
Com o sucesso do conceito, tubos finos foram sendo colocados nos BTEs pilha 13 e 312 para que o efeito acústico da amplificação dos graves fosse minimizado. A partir de então, nascia mais um conceito que, muitas vezes, tem se usado até os dias de hoje ptincipalmente para fins estéticos. A vantagem desse modelo em detrimento ao receptor externo (RIC) é que todos os componentes que tem contato com o conduto são partes plásticas ou silicone, o que garante maior durabilidade em casos de cera líquida, unidade no canal, otites, etc.
Com a preocupação estética cada vez maior (e a nanotecnologia a todo vapor), a indústria começou a desenvolver aparelhos cada vez menores, inclusive intracanais. Com isso, o mercado ganhou aparelhos chamados “invisíveis”, IIC, micro canal. Porém, esse modelo tem restrições físicas e audiologicas importantes, não podendo ser amplamente indicado.
Outras questões envolvendo os intracanais dizem respeito a pré-moldagem da orelha, necessidade de fabricação de cápsula sob medida (o que pode ser um problema para algumas pessoas), questões acústicas como, por exemplo, ganho em grave e físicas como a oclusão. Diante disso, a indústria se empenhou bastante e começou a desenvolver produtos com “cara” de CIC/ITC porém com tamanho padronizado para adaptação instantânea. Quanto a esse objetivo, os fabricantes levaram um tempo maior para descobrirem o projeto ideal. Mas podemos dizer que, desde 2015 temos no mercado bons produtos para esse nicho.
E, hoje, temos uma verdadeira revolução no que diz respeito a modelo de aparelhos auditivos. Estou falando dos que não trocam mais bateria. Sim! São modelos que possuem uma bateria íons de lítio integrada, sem compartimento de bateria.
Você pode estar se perguntando “Mas Mônica, por que devemos considerá-los um novo modelo se eles tem receptor externo?” Minha resposta é: Eles têm invólucro e funcionalidade diferentes. Isso que os tornam únicos e são um mundo totalmente à parte. Hoje, perguntamos ao paciente “você quer um aparelho auditivo ou uma solução inovadora?”